A gestão de portfólio tem um impacto direto na eficiência operacional e na lucratividade das empresas. No dia 26 de fevereiro de 2025, a Slimstock Brasil promoveu um webinar sobre o tema, liderado por Laís Roupinha, country manager da empresa e especialista em gestão de estoque. Durante o evento, foram discutidas estratégias para otimizar o portfólio de produtos e alinhar a oferta às demandas do mercado, reduzindo custos e aumentando a competitividade.

** Caso queira assistir ao webinar, você pode acessá-lo aqui.

 

O que é gestão de portfólio?

A gestão de portfólio é o processo de selecionar, categorizar e otimizar a oferta de produtos de uma empresa para alinhá-la às demandas do mercado e aos objetivos do negócio. Envolve a análise do desempenho de vendas, das preferências dos clientes e das limitações da cadeia de suprimentos para garantir que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo.

Um portfólio bem organizado inclui informações essenciais sobre os produtos (como descrições, especificações e imagens), ajudando os clientes a tomar decisões de compra mais informadas e melhorando a experiência de compra como um todo.

 

O portfólio como pilar da estratégia empresarial

O portfólio de produtos define a direção estratégica da empresa e equilibra os custos de estoque com o nível de atendimento ao cliente. Segundo dados de mercado, hoje 32% dos produtos vendidos foram lançados há mais de cinco anos, demonstrando a importância da revisão contínua do portfólio.

Mas por onde começar quando o portfólio é extenso? Primeiro, é essencial avaliar a maturidade da empresa em termos de gestão de portfólio e identificar os itens de maior impacto nos resultados.

Por exemplo, nem sempre há vantagens em ter um portfólio extenso. Estudos mostram que um portfólio excessivamente diversificado pode aumentar a complexidade da gestão, reduzir a eficiência operacional e confundir os consumidores.

A literatura especializada dos anos 1980 e 1990 defendia que um portfólio mais extenso era sinônimo de melhor percepção pelo cliente. Contudo, estudos recentes, como os de Broniarczyk e Hoyer (2010), indicam que um excesso de opções pode dificultar a escolha e reduzir a satisfação do consumidor, impactando negativamente as vendas. O efeito varia conforme o perfil do cliente: aqueles que já sabem o que querem preferem mais variedade, enquanto clientes indecisos tendem a se beneficiar de um portfólio mais enxuto e organizado.

O portfólio como pilar da estratégia empresarial

 

A importância da revisão contínua e do uso de tecnologia

A percepção de que “quanto mais, melhor” também contrasta com a realidade dos custos de estoque e logística. A distribuição sente fortemente esse impacto, pois precisa gerenciar um grande volume de produtos, muitas vezes sem um retorno proporcional. Um dos principais desafios é evitar estoques obsoletos. Estima-se que 25% dos produtos encalhados no mundo resultam de uma primeira compra errada.

A revisão periódica do portfólio é essencial para garantir a sustentabilidade dos negócios. Um estudo publicado na Journal of Operations Management (Yildiz et al., 2024) mostrou que empresas que realizam revisões frequentes conseguem reduzir o desperdício de estoque em 25% e melhorar o tempo de resposta às mudanças na demanda em 35%.

Nesse contexto, a tecnologia desempenha um papel central. Inteligência artificial, machine learning e blockchain são ferramentas cada vez mais comuns para otimizar a gestão de portfólio. De acordo com uma pesquisa publicada pelo Journal of Distribution Science, a automação e a análise preditiva aumentaram a acurácia das previsões de demanda em 25%, impactando positivamente os níveis de estoque e a satisfação do cliente.

 

A estratégia de cauda longa: vale a pena?

A estratégia de long tail (cauda longa) aposta na diversidade de produtos de nicho, partindo da ideia de que a soma das vendas de itens menos populares pode superar as vendas dos produtos mais procurados. Esse modelo tem sido bem-sucedido para plataformas digitais como Netflix e Amazon Prime Video, que estruturam seus catálogos para atender a diferentes perfis de consumidores.

Um exemplo dessa abordagem no varejo físico pode ser encontrado nos supermercados. Existem redes que priorizam a variedade e conveniência, oferecendo desde marcas populares até produtos de nicho com preços mais altos. Outras optam por uma seleção mais enxuta, garantindo custos reduzidos e preços mais acessíveis. O mesmo conceito pode ser aplicado na gestão do seu portfólio: um mix amplo pode atrair clientes dispostos a pagar mais pela variedade, enquanto um portfólio enxuto pode gerar eficiência e redução de custos.

A estratégia de cauda longa na gestao de portfolio

 

Ferramentas para avaliar a saúde do portfólio

A gestão eficaz do portfólio exige métricas e ferramentas para embasar decisões. Algumas das principais são:

  • Classificação ABC/XYZ: ajuda a segmentar produtos por impacto no faturamento e previsibilidade da demanda.
  • GMROI (Gross Margin Return on Investment): mede a relação entre margem de lucro e giro do estoque.
  • Ciclo de vida do produto: permite identificar os estágios de cada item (lançamento, maturidade e fim de vida) para otimizar decisões.

 

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Toolkit: perguntas essenciais para a tomada de decisões

Para melhorar a gestão de portfólio, questione:

  • Qual é a razão para lançar esse produto?
  • Foi uma sugestão do fornecedor ou uma demanda de cliente?
  • Ele substitui uma tecnologia que antes não existia?
  • Já tenho itens similares no portfólio?
  • Faz sentido adicionar produtos semelhantes?
  • Por quanto tempo ele será considerado um lançamento?
  • Qual é o fator de sucesso desse produto?
  • Quando ele deverá ser descontinuado?
  • Existe um item substituto planejado?
  • Quanto tempo levará para a primeira compra girar?
  • O fornecedor aceita devolução caso o item não gire?

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Conclusão

A gestão de portfólio é um processo dinâmico que exige revisão constante, alinhamento estratégico e adoção de tecnologia para otimizar decisões. Empresas que estruturam sua abordagem conseguem reduzir desperdícios, melhorar a previsibilidade da demanda e aumentar sua resiliência diante de oscilações do mercado.

Seja por meio de um portfólio enxuto ou diversificado, o sucesso depende de um planejamento baseado em dados, da capacidade de adaptação e da revisão contínua das estratégias para atender às necessidades dos clientes e às mudanças do mercado.

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