Aprovada no final de 2023, a reforma tributária foi uma das pautas mais discutidas no cenário brasileiro no ano passado – e deve continuar forte em 2025. As empresas precisarão se preparar para se adaptar às mudanças.
O texto, que ainda precisa de regulamentações complementares, segundo o Ministério da Fazenda, tem o objetivo de simplificar ou unificar o método de cobrança dos tributos federais, estaduais e municipais. A mudança na maneira como a tributação é feita vai afetar diretamente as cadeias de suprimentos brasileiras, especialmente por tratar de duas questões essenciais:
- Mudança do modelo de recolhimento dos tributos, que hoje é feito na origem e passará a ser realizado no destino, ou seja, onde os bens e serviços são consumidos;
- Fim dos incentivos fiscais que acontecem de forma distinta em locais diferentes.
Além disso, o texto trata sobre a extinção do ICMS, IPI, ISS e criação do IBS (Imposto Sobre Bens e Serviços), bem como a substituição do PIS/COFINS pela CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços).
Hoje em dia, a localização das empresas é pensada com base na dualidade entre logística e tributação. A maior parte dos tributos indiretos, como ICMS e ISS, é recolhida na origem. Com a mudança, os executivos terão um novo cenário ainda mais complexo a considerar. As empresas precisarão de um reposicionamento estratégico para otimizar ainda mais os custos e manter a competitividade.
Impactos e soluções para a gestão de estoque
Um dos maiores impactos da nova tributação será no preço do frete, e as organizações precisarão buscar soluções que não elevem o custo de suas operações logísticas. Nesse contexto, uma gestão de estoque eficiente será essencial para mitigar os impactos.
Até agora, a localização dos centros de distribuição (CDs) foi definida por uma combinação de incentivos fiscais legais e custos de transporte – mesmo com um custo maior de transporte, a construção compensava no custo total. Com a reforma, a redução dos custos logísticos dependerá de rotas mais eficientes e maior proximidade dos mercados consumidores.
Mais do que nunca, ferramentas especializadas em uma gestão de cadeia de suprimentos de ponta a ponta serão indispensáveis para:
- Otimizar os fluxos de estoque com base em previsões de demanda mais precisas;
- Revisar a malha logística, identificando gargalos e avaliando alternativas de localização para os CDs;
- Simular cenários que considerem variáveis como custos de transporte, armazenagem e o impacto de novas rotas de distribuição;
- Controlar níveis de estoque em tempo real para evitar desperdícios e rupturas.
Impacto no Real Estate e na Malha Logística
Haverá um impacto direto no setor imobiliário logístico. Com uma demanda maior por armazenagem dentro dos centros urbanos, especialmente com a consolidação de operações e serviços logísticos, o mercado deve sofrer uma flutuação nos preços. Soluções avançadas de gestão de estoque podem ajudar as empresas a avaliarem o dimensionamento adequado para os CDs, evitando custos excessivos com espaços subutilizados ou estoques desnecessários.
Período de transição e oportunidades
O momento é oportuno para as organizações revisarem suas cadeias de suprimentos de ponta a ponta, com foco na melhoria de eficiência e redução dos custos operacionais, especialmente aspectos como transporte, gestão de estoque e nível de serviço. Durante o período de transição, que vai de 2029 a 2033, a adoção de ferramentas de gestão de estoque, que promovem uma visibilidade, será um diferencial competitivo.
Essas ferramentas podem ser aliadas para:
- Gerir estoques de forma estratégica, ajustando-os às novas realidades fiscais;
- Manter a visibilidade e o controle ponta a ponta da cadeia de suprimentos, permitindo decisões rápidas e assertivas;
- Maximizar o nível de serviço, garantindo a disponibilidade dos produtos certos, nos lugares certos, e no momento certo.
Com tantas mudanças à vista, a capacidade de antecipação e adaptação será o diferencial das empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um cenário de novas regras tributárias.
Perguntas frequentes
Como a reforma tributária impactará as cadeias de suprimentos?
A reforma tributária trará mudanças significativas, como o fim dos incentivos fiscais regionais e a alteração do modelo de recolhimento de tributos para o destino onde os bens e serviços são consumidos. Isso exigirá revisões na malha logística, reavaliações na localização dos centros de distribuição (CDs) e estratégias mais eficientes de gestão de estoques.
Quais setores serão mais impactados pela reforma tributária?
Setores com cadeias de suprimentos complexas, como varejo, alimentos e bebidas, e bens de consumo, devem sentir os maiores impactos, devido às mudanças na tributação e na logística.
Como a gestão de estoques pode ajudar a minimizar os impactos?
Uma gestão de estoques eficiente permite ajustar níveis de estoque com base em previsões precisas de demanda, identificar gargalos na cadeia de suprimentos e propor soluções, otimizar fluxos de distribuição para reduzir custos operacionais e simular cenários com diferentes estratégias logísticas e tributárias.
Quais são as oportunidades trazidas pela reforma tributária?
A reforma incentiva as empresas a otimizarem suas operações logísticas e aumentarem a eficiência da cadeia de suprimentos. Aquelas que se adaptarem rapidamente podem se beneficiar com reduções de custos operacionais e melhorias no nível de serviço.