A gestão de cadeia de suprimentos (SCM) está se reinventando em um cenário global marcado por avanços tecnológicos e uma crescente demanda por sustentabilidade. No webinar promovido pela Slimstock Brasil, Juan Padial, Sócio Diretor de Digital Supply Chain da KPMG, abordou as dez principais tendências que transformarão a gestão de cadeias de suprimentos em 2025. A seguir, exploramos cada uma delas, para entender como as empresas podem se preparar para um futuro mais eficiente, resiliente e sustentável.

 

1. Planejamento de SCM aprimorado

O uso de inteligência artificial (IA) e machine learning (ML) está revolucionando o planejamento de cadeias de suprimento. Empresas estão abandonando algoritmos estáticos e adotando modelos dinâmicos que permitem maior precisão na previsão de demandas e flutuações de mercado. Isso leva a decisões mais rápidas e assertivas, resultando em níveis de serviço mais próximos do ideal. Mas não só, a automação de processos possibilita o surgimento de cadeias autorreguladas, em que tecnologias corrigem ineficiências sem intervenção humana, aumentando a eficiência e reduzindo custos operacionais.

 

2. Sustentabilidade e ESG no SCM

Critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) estão se consolidando como pilares centrais no SCM. Empresas estão reavaliando suas práticas para reduzir a pegada de carbono, adotar fontes renováveis de energia no transporte e garantir rastreabilidade em seus processos. Decisões baseadas em impacto ambiental, como otimizar operações para minimizar desperdícios, são cada vez mais valorizadas, não apenas por atender a regulamentações, mas também por responder à pressão de consumidores e investidores conscientes.

 

3. IA na Gestão da Cadeia de Suprimentos

Mais do que uma ferramenta, a IA está se tornando uma parceira essencial na supply chain. Soluções de cadeia de suprimentos que fazem uso de IA generativa e machine learning estão sendo usadas para integrar dados internos e externos, melhorando significativamente a acurácia no planejamento de demanda. Com isso, as empresas conseguem prever flutuações de mercado e ajustar operações de forma proativa, evitando rupturas de estoque ou excessos desnecessários.

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4. Ecossistemas Integrados na gestão de supply chain

O conceito de ecossistemas integrados está ganhando força, conectando fornecedores, clientes e consumidores em uma rede única e colaborativa. Essa integração proporciona maior transparência, compartilhamento de riscos e agilidade na tomada de decisões. Com dados fluindo em tempo real, as empresas podem reagir mais rapidamente a mudanças, criando operações mais resilientes e otimizadas.

 

5. Gêmeos Digitais

Os gêmeos digitais, representações virtuais de operações físicas, estão se consolidando como uma tecnologia indispensável para o SCM. Eles permitem simular cenários complexos, como falhas de fornecimento, eventos climáticos extremos ou interrupções logísticas, permitindo uma preparação mais robusta e a mitigação de riscos. Em 2025, as empresas que não utilizarem essa ferramenta poderão ficar atrás de concorrentes mais adaptados às disrupções.

 

6. Blockchain e Rastreabilidade

A adoção da blockchain no SCM está crescendo, especialmente em setores onde a autenticidade e a transparência são essenciais. Essa tecnologia garante a rastreabilidade completa da cadeia, desde a origem da matéria-prima até o consumidor final, agregando valor aos produtos e atendendo às regulamentações internacionais. Empresas que utilizam blockchain têm uma vantagem significativa, especialmente em mercados altamente regulados, como de alimentos e derivados de celulose.

 

7. SCM como Serviço (SCaaS):

O modelo Supply Chain as a Service (SCaaS) está se expandindo rapidamente, oferecendo às empresas a possibilidade de terceirizar partes de suas operações logísticas para provedores especializados. Essa abordagem permite que as organizações concentrem seus esforços em competências essenciais e inovação, ao mesmo tempo em que garantem operações logísticas eficientes e escaláveis. Startups estão desempenhando um papel crucial nesse segmento, trazendo soluções inovadoras para o mercado.

 

8. Cibersegurança

Com a crescente digitalização e o uso de IA, a cibersegurança tornou-se uma prioridade no SCM. Casos recentes, como ataques de ransomware a grandes empresas, destacam a vulnerabilidade de redes de dados mal protegidas. As organizações precisam investir em sistemas robustos de proteção para garantir a estabilidade e segurança das operações, minimizando riscos de interrupções e prejuízos financeiros.

9. Nearshoring

O nearshoring, que consiste em aproximar operações de produção e distribuição dos mercados consumidores, está crescendo devido a fatores como instabilidade geopolítica e aumento dos custos logísticos. Essa tendência reduz prazos de entrega, exposição a riscos internacionais e garante maior resiliência nas cadeias de suprimento. No Brasil, essa prática começa a ganhar força, especialmente em setores impactados por oscilações no mercado global.

 

10. Reforma Tributária

Com a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) em 2025, as cadeias de suprimento no Brasil enfrentarão mudanças significativas. Empresas precisarão redesenhar suas redes logísticas para se adaptar à nova realidade tributária, equilibrando estoques menores e fornecedores mais distantes. Esse impacto exigirá uma revisão estratégica para manter a eficiência e minimizar custos adicionais.

Em suma, o futuro da supply chain é marcado pela integração de tecnologias avançadas, maior colaboração entre stakeholders e um compromisso crescente com a sustentabilidade. Além disso, uma boa transformação digital é essencial para o estabelecimento de uma base sólida para o S&OP. As empresas que adotarem essas tendências estarão mais bem posicionadas para lidar com os desafios e aproveitar as oportunidades de um mercado em constante evolução.

Para assistir ao webinar na integra, faça o download aqui.

 

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