A transição do planejamento baseado em pedidos para o planejamento baseado em previsões permitiu que a empresa de alimentos respondesse melhor à demanda, tomasse decisões de compra mais inteligentes e utilizasse melhor a capacidade de produção disponível. Manfred Lukkezen, COO da Verstegen, e Arjan Levisson, Diretor de Alimentos da Slimstock, explicam como enfrentaram esse desafio.
Mais do que temperos em supermercados
A Verstegen é amplamente conhecida por suas misturas de temperos vendidas nos principais supermercados, mas esse é apenas um segmento do mercado que atende. Com 137 anos de história, a empresa familiar também fornece ingredientes para outras empresas alimentícias, como processadores de carne e serviços de alimentação. Aproximadamente 60% das ervas, marinadas e molhos que produz são feitos sob medida para clientes específicos, enquanto os outros 40% incluem os tradicionais potes, latas e embalagens distribuídos para o varejo.
A fábrica em Roterdã conta com 50 linhas de envase que produzem mais de 4.000 produtos finais diferentes. Gerenciar o plano de produção diário para essas linhas é um verdadeiro quebra-cabeça, explica o COO Manfred Lukkezen:
“Nosso foco é fornecer lotes relativamente pequenos, em vez de produtos de alto volume. No entanto, não queremos mudar os produtos com muita frequência ao longo do dia, pois a conversão de uma linha de produção reduz nossa margem de lucro. Nossa vantagem competitiva está na inovação e flexibilidade. O portfólio está em constante atualização, e pelo menos 15% dos nossos produtos foram lançados no último ano.”
Pedidos urgentes e horas extras
Até recentemente, a Verstegen utilizava seu sistema ERP em conjunto com planilhas do Excel para planejamento de produção e estoque. Os pedidos eram calculados manualmente com base nas vendas passadas, mas essa abordagem tornou-se insustentável.
“O mercado está cada vez mais exigente, e precisamos entregar com perfeição. Frequentemente enfrentávamos pedidos urgentes porque não tínhamos o estoque correto. Como possuímos nossa própria frota de transporte, conseguíamos resolver isso com entregas adicionais, mas era ineficiente e levava nossos motoristas a fazer horas extras constantemente.”
Diante desse cenário, a Verstegen decidiu adotar uma solução de planejamento mais avançada e escolheu a plataforma Slim4 da Slimstock.
“Buscávamos uma solução com histórico comprovado. Muitas empresas do setor alimentício já utilizavam o Slim4, e os especialistas da Slimstock compreendem bem nossa indústria. Eles conhecem as necessidades dos nossos clientes e configuraram o sistema para atender a essas demandas, o que foi essencial para nós.”
Entre duas pressões: clientes exigentes e cadeia de suprimentos volátil
A implementação do Slim4 está sendo feita por etapas, começando com a previsão de demanda e a otimização de estoques para o mercado varejista – essa fase já está concluída – e, em seguida, será aplicada à gestão de toda a cadeia de suprimentos.
A integração entre “demanda” e “suprimento” é fundamental, afirma Arjan Levisson, da Slimstock.
“Como empresa de alimentos, estamos entre duas pressões: de um lado, clientes cada vez mais exigentes; do outro, a volatilidade da cadeia de suprimentos. Para lidar com isso sem desperdícios ou excessos de estoque, é essencial ter uma cadeia de suprimentos responsiva. Precisamos de um sistema que identifique rapidamente os sinais do mercado e os traduza em pedidos robustos de matérias-primas e embalagens, além de ordens de produção otimizadas.”
Mudança de mentalidade e benefícios operacionais
A implementação do Slim4 já trouxe melhorias significativas para a Verstegen.
“Houve uma mudança na nossa forma de pensar”, diz Lukkezen. “Antes, analisávamos apenas o histórico de vendas e focávamos nos pedidos que representavam 60% do nosso faturamento. Agora, estamos aprendendo a olhar para frente. O Slim4 cria previsões precisas e automaticamente as traduz em um plano de estoque otimizado. Isso reduziu a carga de trabalho da equipe de planejamento e trouxe mais tranquilidade à operação logística. Além disso, os motoristas estão trabalhando muito menos horas extras, e nosso nível de serviço aumentou.”
Otimização de matérias-primas e embalagens
A melhoria nos processos também abriu novas oportunidades para os produtos fabricados sob demanda. Com clientes industriais fazendo pedidos com prazos cada vez menores, garantir capacidade produtiva e insumos no tempo certo tornou-se um desafio.
“Os ciclos de vida dos produtos estão ficando mais curtos, dificultando a compra de matérias-primas sob demanda. Muitos desses insumos são usados em vários produtos finais, então nunca sabemos exatamente qual item estará disponível.”
Assim como acontece com os produtos acabados, a previsão de demanda também é essencial para o gerenciamento eficiente dos insumos e embalagens.
“Esse planejamento precisa ser dinâmico, ajustando-se às variações na demanda dos produtos finais. Isso não é possível de maneira eficiente apenas com um ERP ou planilhas do Excel.”
Produção baseada em previsões: maior eficiência e menos pedidos urgentes
O objetivo da Verstegen é expandir ainda mais o uso do Slim4 para otimizar o planejamento da linha industrial.
“Estamos ganhando confiança nas previsões a ponto de podermos iniciar a produção antes mesmo da confirmação dos pedidos dos clientes.”
Essa mudança reduz a necessidade de pedidos urgentes e melhora a utilização da capacidade produtiva. Segundo Levisson, essa abordagem está totalmente alinhada com a visão da Verstegen para seu processo de S&OP:
“A equipe de vendas cria um plano de demanda com base na previsão, complementado pelos insights de mercado dos clientes. Isso nos permite antecipar gargalos e evitar surpresas indesejadas.”
Ao implementar o Slim4, a Verstegen deu um passo essencial rumo a uma cadeia de suprimentos mais estratégica.
“Nos tornamos mais proativos. Se conseguirmos integrar também os produtos sob demanda ao Slim4, poderemos planejar compras mais eficazes e negociar melhores contratos anuais com fornecedores. Além disso, com uma ferramenta avançada de supply chain, nossa equipe pode se dedicar a melhorias nos processos, em vez de perder tempo com planilhas. Antes, só começávamos a produzir quando recebíamos um pedido. Quando penso nisso agora, é impressionante que esse modelo tenha funcionado por 137 anos.”